Diário Oficial do Município do Rio de Janeiro

 

 


 

Artigo: "Um Novo Pacto Pelo Rio", por Marcelo Crivella

03/11/2018 09:16:00  » Autor: Marcelo Crivella, prefeito do Rio de Janeiro


 
UM NOVO PACTO PELO RIO
 
 
Eleito no último domingo, o presidente Jair Bolsonaro discursou: "Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará". E a verdade que libertaria o Rio seria um novo pacto federativo. Essa é a proposta que levarei ao presidente eleito.
 
 
Os números dão a dimensão do absurdo que vivemos: em 2017, o governo federal arrecadou R$160 bilhões na cidade do Rio. Devolveu apenas R$ 4 bilhões. É impossível suportar isso indefinidamente.
 
 
Se esse confisco cessar por um ano, o Rio verá uma alvorada redentora. Seria possível urbanizar todas as favelas; educação integral para todas as crianças; despoluir todos os rios e lagoas; recapear todas as ruas e avenidas; modernizar todos os hospitais e escolas.
 
 
Além do sequestro fiscal, a situação do Rio agravou-se muito com o governo anterior. Eles encontraram uma dívida de R$ 4,6 bi e deixaram outra de R$ 13,2 bi, quase o triplo.
 
 
Esses recursos irrigaram o "PAC Carioca" (Plano de Aceleração do Custeio e da Corrupção), como admitiu em delação o ex-secretário de Obras Alexandre Pinto, condenado a 23 anos de prisão. Ele confessou desvios em obras como a Transcarioca superiores a R$ 100 milhões. Essa via tem 39 quilômetros e custou 2 bilhões, o mesmo preço do Arco Metropolitano com mais de 115 quilômetros e 17 pontes. E os ingênuos acreditam que o ex-prefeito foi um bom gestor. 
 
 
Mas não fica por ai, ao preço de 1,4 bilhão, foram encomendadas 110 escolas (várias estão vazias porque não há alunos no local onde foram construídas), enquanto 1.537 já existentes da rede municipal estão literalmente caindo aos pedaços. Em uma delas, um mês após a saída do ex-prefeito, o portão desabou, matou uma criança e feriu outras duas.
 
 
Sem investimentos estruturantes, o Rio liderou o ranking de perdas de empregos formais entre as capitais: 335.664 ficaram desempregadas entre 2015 e 2018.
 
 
O fim do garrote fiscal e da corrupção  colocará o Rio nas estradas ensolaradas do progresso e da liberdade permanente, que só se alcança com o conhecimento e a prática da verdade.



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